Dalva Agne Lynch
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Gematria - uma explicaçãobem resumida



Gematria (lê-se guematria) funciona nos alfabetos cujas letras são também números. Originalmente, ela é hebraica. A Tanach (Bíblia Judaica), chamada pelos cristãos de Antigo Testamento, é inteiramente escrita em linguagem gemátrica.

 
Depois a Gematria foi transposta também para o grego, e o apóstolo João utiliza-a em todos os seus escritos (Evangélio de João, Cartas de João I,II,III e Apocalipse). Os demais livros do Novo Testamento não se utilizam de Gematria, e então o seu estudo gemátrico comparativo com a Tanach é impossível.
 
Mais tarde surgiu a Numerologia, que toma as letras do nosso alfabeto e lhes atribui números, mas isto é algo recente e não tem nada a ver com os sons das letras. A Numerologia utiliza as letras arbitrariamente, sem conexão com as demais linguagens do Universo (sons, números, cores, formas), e portanto não entra muito no cenário.
 
O que vale em uma letra é o seu som. A letra é só uma representação de um som. Veja bem: sons-números-cores-formas constituem, juntos, a Linguagem Universal, e um é a representação exata do outro. 
 
Voltando ao assunto, Gematria é o estudo do valor numérico de letras, palavras, grupos de palavras, sentenças, parágrafos e o texto inteiro, e a concatenação de cada um com o resto. É também o estudo comparativo de sons, números, cores e formas que constitui cada palavra, grupo de palavras, orações, sentenças, parágrafos, textos e grupo de textos.
 
Por exemplo, em hebraico, a palavra "casa" e a palavra "coração" possuem o mesmo valor numérico, portanto elas são sinônimos na Kabbalah.
 
Outro exemplo: no grego, a palavra "amor" e a palavra "vontade" (a que significa vontade superior, porque a "vontade" que quer dizer "eu quero" é outra) possuem o mesmo valor numérico, o que quer dizer que são intrinsecamente iguais. Daí vem o que João disse, que D´us é amor. Ora, a vontade superior  é D´us, e a vontade superior é amor; portanto, D´us é amor. Lógica pura.
 
O que a Gematria inglesa faz é transliterar (passar os sons de uma língua para o alfabeto de outra) o alfabeto hebraico e o grego para o inglês, de forma a que se possa utilizar os mesmos valores em um texto escrito em inglês.

A comparação da Gematria inglesa com a Guematria hebraica e a grega é até boa - uma encaixa na outra em diversos aspectos. Contudo, o inglês não possui gênero em muitas palavras (por exemplo, mesa é "it", não é "she" ou "he"), e gênero é imprescindível na Gematria. Há muito mais problemas, mas não nos interessam agora mesmo.
  
Retornando à Gematria, a coisa se complica em grupos de palavras, orações, sentenças, etc, de forma que uma sentença vai ter o mesmo valor gemátrico de outra que aparentemente diz exatamente o oposto - e daí é preciso ver POR QUE ela diz o oposto, já que seu espírito (seu valor) é igual. E é por isto que, às vezes, algumas passagens da Tanach parecem se contradizer, quando, na verdade, ao se estudar a Gematria delas, vê-se que querem dizer exatamente o mesmo.
 
Eu me utilizo muito da Gematria em meus poemas. Claro que utilizo a transliteração, já que escrevo em português e inglês. Contudo, ao ser transposta para o português, surgem ainda mais problemas, alguns deles insolúveis, então conservo as palavras ou em inglês, ou em latim.

Se você, portanto, já se perguntou porque há tanto latim e inglês nos meus textos, aí está a resposta.

Espero ter ajudado um pouco a quem me pergunta "O que é Gematria?"



 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 15/08/2008
Alterado em 20/05/2016
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