Dalva Agne Lynch
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(English version after the Portuguese one)


A suposta força do destino
 
₢Dalva Agne Lynch
 
 
Antes de mais nada, gostaria de dizer que, se há algo que me incomoda, é ouvir pessoas felizes e despreocupadas tentando dar lição de moral a quem está sofrendo. Isto posto, vamos ao assunto:
 
O tempo me ensinou uma porção de coisas a respeito do que é comumente chamado de "azar", ou mesmo "carma". E cheguei à conclusão de que, por muitos e muitos anos, estive enganada a respeito de tudo isto, e que é uma pena tantas maravilhosas pessoas estarem perdendo tempo aceitando a infelicidade ou o "azar", pensando que isto é seu destino, ou que estão pagando por alguma coisa, e que elas inclusivem têm direito a estarem deprimidas.
 
Por favor leve em conta que não estou falando desde o alto trono da certeza por osmosis. Para quem não leu, por favor passe os olhos pelo texto "Bipolar: a mente diferente", aqui no site, na seção de Mensagens. Eu conheço o que você está passando.
 
A coisa, amigo ou amiga, é que não há essa de destino. Sim, há sofrimento. Sim, há dor. Mas eles não são destino de ninguém, e sim algo que acontece com absolutamente todo mundo. Tudo isso faz parte de nosso aprendizado de vida, e tudo - sim, TUDO - tem uma saída. Como diz a sábia frase, "ISSO TAMBÉM PASSARÁ".
 
Já passei por coisas na vida pelas as quais a maioria das  pessoas só passou em pesadelos; já sofri nas mãos de monstros os quais 99 por cento das pessoas só viu na tela do cinema ou em notícias da TV. Mas estou aqui, vivinha da silva, e feliz, ainda por cima.
 
Sou rica? Não, muito pelo contrário - não tenho um centavo no meu nome. Tenho tudo o que quero? Não, nem perto! Tenho um grande amor para me embalar as noites? Não -  estou sem um companheiro há muitos anos. Meu primeiro marido me abandonou por um deus, meu segundo por alguém mais jovem e sensual.
 
Mas amigo ou amiga, tudo isso são coisas que se TEM, não coisas que se É. Coisas vão e vêm, pessoas vão e vêm, mas o Ser-se depende de como as atravessamos, como reagimos ou nos entregamos a elas. Se apegados ou não; desfrutando ou tentando prender em correntes; amando e vivendo, ou querendo ser amada/o e querendo que nos deem vida.
 
Tudo são coisas que se PARECE ter, não coisas que REALMENTE temos. Juventude se acaba, porque pertence ao tempo; saúde se vai, porque pertence ao corpo que se esvai; casamento e ajuntamento se esgotam, porque dependem do querer de alguém mais.
 
O nosso ser, contudo, depende de como encaramos o que não podemos mudar, ou seja, o tempo e/ou o coração de alguém mais.
 
Tudo isto para dizer que SER FELIZ OU INFELIZ É UMA ESCOLHA QUE INDEPENDE DE CIRCUNSTÂNCIAS E CONDIÇÕES.
 
Como disse acima, é só ler minha obra, e você verá de onde saí, e com que autoridade digo isto. Não estou falando da boca para fora, ou sem ter caminhado na mesma senda em que você agora caminha.
 
E é com esta certeza que digo: não faça o que eu fiz no passado, perdendo anos olhando não a beleza do oceano, mas o perigo das ondas; não as folhas e flores e frutas da árvore, mas a altura dos ramos. EU JÁ ESTIVE ONDE VOCÊ ESTÁ, e sei que ISSO TAMBÉM PASSARÁ.
 
Mas tudo isso só passará se você deixar que passe, e tiver o bom senso de dar um soco na cara do que chama de DESTINO, e apoderar-se da majestade que nos foi dada:
 
Você não pode escolher o que o tempo e o mundo vai lhe despejar no prato, MAS PODE ESCOLHER COMO VAI FAZER A REFEIÇÃO.
 
Você não pode escolher o sol ao invés da chuva, MAS PODE APRENDER A DANÇAR NA CHUVA.
 
Você não pode obrigar que lhe amem e obrigar que lhe abracem, MAS PODE AMAR E ABRAÇAR SEM EXIGIR RETORNO.
 
E o mais importante de tudo: não importa quem apedrejar você por ser o que é, por fazer o que faz, por pensar o que pensa. Simplesmente aprenda a usar as pedras para fazer pontes.

Talvez ninguém cruze a ponte e venha ao seu encontro, mas o que isto importa? Você pode cruzá-la, e estender a mão àquele ou àquela cujas mãos estejam cheias de pedras.

E pode acontecer que descubra outro ser solitário precisando de um abraço, e surja daí uma grande amizade. Mas se isto não acontecer, o que importa? Você terá feito o melhor que podia, e poderá sentir a paz que há em ter um coração inocente.

Por favor acredite: a paz que advém de ter-se um coração inocente é a única que há, não importa as circunstâncias e condições em que você se encontre. E esta é a única paz que se estende à eternidade. Esta é absolutamente a única coisa à qual a frase não se aplica: ISSO TAMBÉM PASSARÁ.

E com que autoridade digo isto? Não a minha, é claro. Apenas observe a natureza, e veja que tudo passa - menos a recriação de todas as coisas. Este é o poder da regeneração.

E este poder, amigo ou amiga, está também dentro de você. E a chave para acessá-lo chama-se INOCÊNCIA. Não a inocência de não saber, mas a inocência de não ser culpada/o.

Agora, tanto quanto possa, faça as pazes com tudo e todos que o/a afligem, não importa a reação que tenha. E depois descanse. Você fez tudo o que podia.

Com o tempo, amiga ou amigo, você descobrirá a paz da inocência regenerando todos seus pedaços partidos, e cobrindo com uma tênue camada de beleza todas as coisas que lhe doem. Bem como a Terra se regenera depois da destruição das tempestades ou das guerras dos homens, seu coração aprenderá a florir outra vez.

Esta é a lei do Universo, amiga ou amigo. Não confie na minha palavra: comprove por si mesma/o.

Você não foi destinada/o a sofrer isto ou aquilo, porque tudo o que lhe aflige passará. E o que restar depois de tudo, será o que você escolher: recriar-se como a natureza, ou decair sob o peso das circunstâncias e condições, como os edifícios feitos pelos homens.

A escolha é sua.





 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 18/07/2009
Alterado em 29/12/2013
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