Dalva Agne Lynch
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Textos
(English text after the one in Portuguese)
 
Rubi Estrela
(do livro Às Portas da Noite, Ed. Blocos, 2003)

© Dalva Agne Lynch

 
Não pertenço a nada e nem a ninguém.
Sou louca, desvairada, selvagem.
Quem pode  - ou quer - conter o vento?
Ou o sussurro de Babalon...
Meu cabelo se me cai por sobre a cara
cobrindo olhos que veem um mundo
com o qual não encontro relação.
Então construo.
Minhas mãos seguram  imagens criadas
que se projetam contra um pano de fundo
e se fazem mais reais que o seu fundo.
Quadros  em vermelho e negro e azul
onde as figuras são meros esboços
contra as cores do Infinito.
Estrelas rubras contra o verde
lançadas em gritos e sussurros
queimando à minha volta.
Versos que se moldam em palavras
corpos e espíritos
povoando o reino etéreo além dos dedos.
Nele governa a figura de um ser
enorme e escuro
que me deu seu Falo para que procrie.
Procriarei, meu amor. Para ele
não para você...
E percebo, apesar do mundo que me cerca
o poder daquela Cruz que entrevejo
quando chamo alto por Therion
e na Rosa que a ela se entretece, rubra
como meu sangue pulsando forte.
Um dia vamos nos esquecer, você e eu
na montanha que me chama.
Sem elos deste lado do Abismo
seguirei, para me desfazer nas trevas
e de você vai restar apenas
as palavras loucas destes meus poemas.
Recrio então o mundo, meu amor
enquanto espero. 

English Version:


 
Ruby Star 
(from my book At the Gates of Night , Blocos Ed., 2003)
 
© Dalva Agne Lynch

 
I belong to nothing and no one.
I am insane, demented, wild.
Who can - or wish - to contain the wind?
Or the whispers of Babalon...
My hair falls on my face
covering eyes that see a world
with which I find no connection.
And so I forge.
My hands hold created images
that project themselves against the background
and become more real than the background.
Pictures in red and black and azure
where figures are mere sketches
against the colors of the Infinite.
Ruby stars against the green
thrown in shouts and whispers
burning all around me.
Verses patterned in words
bodies and spirits
filling the ethereal realm beyond my fingers.
In this realm reigns a vast and dark being
who gave me his phallus to procreate.
Í will procreate, my love - for him
not for you...
And notwithstanding the world around me
I perceive the power of that Cross I glimpse
when I shout for Therion
and the ruby rose to it intertwined
as red as my pulsating blood,
Someday we will forget each other, you and I
on the montain that beckons me.
I will follow, with no links to this side of the Abyss,
to  be disolved in darkness
and it will only remain from you
the demented words of those my poems.
And so I recreate the world, my love,
as I wait.
 
 

Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 02/12/2012
Alterado em 06/05/2013
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