Dalva Agne Lynch
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OS CÂNTICOS DOS DEGRAUS VI
 
SALMO 125
 
Os Que Confiam em Hashem
 

 
Os que confiam em Hashem serão como Tzion,
que não se abala,
mas permanece  para todo o sempre.
Assim como os montes circundam Jerusalém,
assim circunda Adonai o seu povo,
agora e para sempre.
Porque o cetro da impiedade
não continuará  a permanecer
por sobre a sorte dos justos,
para que o justo  não estenda a mão
para a iniquidade.
Faça o bem, Hashem,
aos bons e aos retos de coração.
Mas aos que se inclinam aos caminhos tortuosos,
Hashem conduzirá 
junto aos que fazem maldade.
Paz para Israel!
 
 
O Salmo 125 foi originalmente feito como parte de uma trilogia, com o Salmo anterior e o 126 - o qual vem a ser meu Salmo favorito. Ah, esperem para ver a beleza do próximo Salmo!
 
Tzion (pronuncia-se Tzíon), conhecido no mundo ocidental como Monte Sião , vem a ser um dos montes sobre os quais jaz a cidade de Yerrushalayim - Jerusalém. Esse monte foi capturado por David, e sobre ele a sua cidade foi edificada. Jerusalém foi chamada, a partir de então, de  Cidade de David. Claro que já havia ali uma cidade, mas esta foi destruída e purificada, para que a cidade fosse digna de receber o maior tesouro de Israel: a Arca da Aliança.
 
Ao trazer a Arca para Jerusalém, David, o grande poderoso Rei, despiu-se de suas roupagens reais, tirou da cabeça a coroa, e, descalço e quase nu, dançou à frente do cortejo de Sacerdotes Levitas que carregavam nos ombros a Arca, enquanto se tocavam instrumentos e cantavam-se Salmos. Uma ridícula figura louca (lembrem-se, ele não era dançarino, e já não era jovem), quase nu, descalço...
 
Doido varrido, o Rei de Israel! Dançando com lágrimas caindo pela face, rebaixando-se mais do que o mais baixo dos servos do Reino, para com isso mostrar ao seu povo o significado do que é Hashem. Dizendo, com sua dança: "Perante Meu Senhor eu sou nada. Danço a dança de quem é nada, perante a grandeza do Todo - porque meu nada é parte Dele, e somente Nele sou Tudo. E de minha coroa e meu reino eu me despi, porque nada são, e nada serão, se Hashem não estiver comigo. Mas Hashem comigo significa que sou Rei, e sou invencível. Meu poder vem de Hashem, que fez os céus e a terra."
 
Mas isso não está nas Escrituras. Isso está no misticismo judaico e no coração dos que buscam o Eterno.
 
Mais tarde Shlomo (Salomão) construiu um Templo dourado no monte Moriah, e transferiu a Arca para lá. A partir daí, Tzion passou a significar toda Jerusalém. Mas isso foi muito depois de David dançar quase despido frente à Arca da Aliança.
 
Este Salmo me trouxe à mente a imagem do microcosmo sendo como o macrocosmo: como Jerusalém está protegida pelos montes, assim estamos nós protegidos pelo nosso Poder Maior, ao qual escolho chama Hashem. Ah, dirá você, mas Israel foi tomada, destruída, vezes sem conta perseguida...
 
Mas meu amado, Israel ainda está aqui... E o alfabeto hebraico é a chave do Grande Arcano do Universo.
 
A chave do coração do Infinito está em Tzion - guardada pelos montes. Através dos séculos, dos milênios, exército algum conquistou a realidade maior do Arcano, dado ao homem pelo Infinito, então o que importa a vitória que os exércitos inimigos tiveram, por um pouco de tempo, sobre a terra? Os segredos do Egito e da Babilônia (os segredos dos homens) e os segredos divinos, estavam todos contidos nas 22 letras hebraicas guardadas em uma Arca de madeira coberta de ouro, e no coração de um bando de pastores guiados por um Rei que dançou despido frente ao mundo. E não há nada, absolutamente nada, que algum poder bélico ou financeiro possa fazer a respeito. Assim como as forças indomáveis da Natureza, aquelas 22 letras representam o curinga que Hashem reservou para si – para que o homem não se assenhoreasse jamais da Terra. E por quê?
 
Porque, para empunhar o poder contido nas 22 letras, nos 231 portais, cuja essência se encontra em HaZohar, e cuja realização se encontra nas palavras mágicas do Sefer Yetzirah - o Livro da Permutação – o homem precisa ser... RETO DE CORAÇÃO.
 
Israel não renasceu como nação, depois da Segunda Grande Guerra, apenas porque Golda Meyr e outros percorreram o mundo arrecadando fundos. Não. Enquanto eles agiam, os Rebbes de Israel se reuniram e... rezaram. A Nação de Israel renasceu pela força da oração dos Justos.
 
Mas veja bem: o Salmo continua, para afirmar que a razão pela qual o cetro do inimigo (naquela época a Pérsia) foi derrotado, foi para que Israel não estendesse a mão e fosse, ela também, culpada de impiedade.
 
Nós buscamos vitória - mas quantas vezes encontramos a derrota! Ah, será que não seria porque a vitória significaria uma vitória "para baixo"?  Se nosso coração é reto, quando perdemos, nossa perda é uma "caída para cima" - ou seja, precisamos ir ao fim de nós mesmos, para poder subir ainda mais alto. Derrota é um termo tão relativo!
 
Por isso é tão importante que Israel não se entregue às mesmas práticas sujas de seus inimigos. A proteção de Hashem estará firme enquanto o coração da nação permanecer reto. Porque, muitas vezes, é na derrota que se aprende onde está o Caminho Eterno. Assim, o Salmo continua com um pedido de bem para os que forem bons.
 
Mas meu amado, quem são os bons? Nenhum de nós. "Todos juntamente se corromperam. Não há que faça o bem, não, não há sequer um" (Salmo 14:3). Quem, então, herdará o bem?
 
Aquele que continua lutando para que o bem permaneça no seu coração, ainda que todos ao seu redor se corrompam. E é por isto, e apenas por isto, que precisamos rezar por Israel, o coração do Mundo.
 
 
 
Transliteração do Salmo:
 
Shir Hamaalot, Habotchim
 
Habotchim badoani kehar Tsion lo yimot leolam leshev.
Ierrushalayim harim saviv la,
vadonai saviv leamo meata vead olam.
Ki lo ianúach shévet haresha al goral hasadikim,
lemaan lo yishlechu hatsadikim beavláta iedehem.
Hetíva Adonai latovim velisharim belibotam.
Vehamatim acalcalotam iolichem
Adonai et poale haáven,
Shalom Yisrael!

(Para ler os demais Cânticos, por favor entre em "Ensaios")
 
 
Pela tradução e comentários,
Dalva Agne Lynch
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 15/12/2014
Alterado em 20/09/2018
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