Dalva Agne Lynch
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NOTA: O texto abaixo é o primeiro capítulo do primeiro  livro da Série "O HERÓI", lançado em  2011 pela Edusp. Se você quer saber a continuação da história de Marcos, e de como ele descobre os segredos de sua existência e do mundo ao seu redor, espero você nas páginas de "O HERÓI".  Este não é um livro infantil - é para quem é jovem de coração.



Acidulação


(Em litografia, acidulação significa a preparação do metal ou da pedra para a impressão da imagem)


₢Sarah D.A. Lynch

 
SEMPRE FUI meio franzino. Minha mãe terminou comprando uma enorme casa bem longe de tudo, perto do Horto Florestal, onde havia bastante ar fresco, árvores e cheiro de terra úmida, pensando que talvez assim eu fosse melhorar. Mas não adiantou.
         Quando veio a época de ir à escola, muitas vezes eu ficava em casa, lutando para respirar, enrolado nos lençóis cheirando a lavanda, olhos arregalados na minha ânsia de afogado. “Tão natural quanto respirar” nunca se aplicou a mim. Eu tinha inveja de quem recebia ar de graça, sem precisar pagar por cada golfada com o desespero de não saber se haveria uma próxima.
         Eu não tinha muitos amigos. Eles me enfadavam muito rápido, porque se recusavam a seguir as minhas regras do jogo. Eles apresentavam outras, mas elas eram sempre muito estúpidas e sem sentido, e então eu preferia ficar sozinho, lendo ou desenhando coisas que vinham à minha mente.
         Parece que caminhar desacompanhado não era perigoso naquela época, porque minha mãe me deixava rondar a esmo pelo Horto, ouvindo os pássaros e vendo os patos nadarem no lago. Será que é um lago natural? Não sei.
 
FOI PERTO do lago que a encontrei pela primeira vez. Eu estava recém saindo de uma daquelas crises, e o rosto que me olhou do espelho estava pálido, grandes olhos escuros cheios de terror. Eu não quero morrer – não quero morrer lutando para respirar!
         Comecei a caminhar sem rumo, e como sempre terminei às margens do lago. Havia umas pedras grandes bem na parte onde ele fica mais estreito (agora tiraram as pedras de lá), e ouvi o roçar de folhas do outro lado.
         Meu único medo sempre foi sufocar, então simplesmente caminhei em direção às pedras. Espiei do outro lado. Havia um enorme lobo me encarando com grandes olhos escuros. Não existem lobos no parque. Mas ele estava ali, tão real quanto eu. Então ela se aproximou.
        Era mais ou menos da minha idade. Pele muito clara, cabelos castanhos avermelhados presos em duas tranças atrás das orelhas por enormes laços de fita branca. Estava usando um vestido azul com um avental branco por cima. Como Alice no País das Maravilhas! Será Alice? Mas Alice não é real. É só uma história.
         Ela colocou a mão na cabeça do lobo e me sorriu. Daí voltou as costas e saiu correndo, com o lobo atrás. Eu fiquei parado, olhando. Voltei para casa devagarinho.
        Mãe, existem lobos no Parque?
         “Claro que não. Não tenha medo, filho, deve ter sido um cachorro daqueles grandes.”
       E Alice no País das Maravilhas?
       Mas não perguntei nada sobre isto.
 
NAQUELA NOITE sonhei que a menina veio me buscar, e brincamos de pega-pega no parque. Eu corria sem parar e não perdia o fôlego. Fiquei ofegante como os meninos da escola, mas meu peito não doía. Acordei com o sol batendo na minha cama. Não me lembro de ter deixado a janela aberta. O sol sempre me doía os olhos, e corri para fechar a cortina.
         Foi um sonho muito bom.
 
A SEGUNDA VEZ em que a vi foi durante meu pior ataque de bronquite asmática. Eu me lembro de ter tossido até perder a consciência. Despertei com um enorme tubo de oxigênio do meu lado e uma máscara cobrindo minha boca e meu nariz. A máscara era de plástico bem duro e me machucava as bochechas. Meu peito doía de maneira atroz, e minha garganta parecia estar trancada por algo enorme e horrível. Eles haviam colocado uma agulha na minha mão direita, e um tubo fininho subia até onde eu não podia ver. Meus olhos se encheram de lágrimas.
          “Marcos...”
          Ouvi meu nome sussurrado e um riso mal contido. Alguém estava rindo de mim! Tentei virar a cabeça, mas a máscara se enterrava na minha pele e doía. Então eu a vi. Vestido azul e avental branco de Alice, tranças ruivas em dois arcos atrás da orelha.

               “Não fale... Você está tão engraçado! Quer um espelho?”
Sim, eu queria. Estava com raiva dela. Menina boba!
            Mas ela não me deu um espelho. De repente eu estava pairando acima da cama, e vi meu corpo lá deitado, preso a um tubo de oxigênio, com uma máscara ridícula e outro tubo indo da minha mão direita a uma garrafa pendurada em um cavalete. Comecei a rir.

          Credo, menina, aquele sou eu!
 
         Comecei a rir sem parar. Meu peito não doía mais, e era engraçado ver meu corpo lá embaixo. A menina estava ao meu lado.
           “Vem, vamos brincar!”
          E estávamos no Horto, correndo por entre as árvores. Daí nós nos sentamos à beira do lago, e ela tirou do bolso do seu avental um sanduíche de queijo com tomate (meu favorito) e cortou em dois. O suco do tomate escorreu pela sua mão clara e sujou seu avental. Parecia sangue. Ela riu. O sanduíche estava gostoso.
            “Você precisa voltar, ou eles vão pensar que você morreu!”
            Eu não queria voltar. Não queria sentir aquela dor no peito e lutar para poder respirar. Não, eu quero ficar aqui! É divertido! Não quero voltar!
            Não quero voltar!

               Acordei ainda mascarado e amarrado àqueles tubos. Uma enfermeira de cabelos encaracolados entrou no quarto e me sorriu.
          “Bom menino! Você está se sentindo melhor?”
          Sei lá. Como se eu pudesse falar, com aquela coisa na boca...
          Levaram-me para casa no outro dia. Minha mãe me comprou uma pilha enorme de revistinhas (eu adorava o X-Men e o Homem Aranha), e passei dois dias lendo. A menina não voltou mais.
 
NO MEU ANIVERSÁRIO, dia 20 de outubro, estava ventando muito. Minha mãe resolveu fazer uma enorme festa. Eu não tinha muitos amigos, mas minha família era bem grande. A casa se encheu de gente. Ela me proibiu de ir ao Horto e então me refugiei em meu quarto.

          “É sua festa, Marcos!”
          Por quê? Eu não queria uma festa. Queria uma bicicleta, mas ela disse que eu ia fazer muito esforço e podia entrar em outra crise. Fiquei olhando pela janela as árvores do Horto balançando ao vento.
         “Ei, acorda, seu preguiça!”

          A menina estava em pé, ao lado de minha cama.
          “Quer passear no Horto?”
          Não, eu não queria. Estava ventando e o vento fazia meu peito doer. Ela fez uma careta e se sentou na cama.
“Ok, diga-me o que quer fazer.”
         Mas eu não queria fazer nada. Queria uma bicicleta para poder andar por aí. Virei as costas e a deixei falando sozinha. Minha mãe veio e me puxou para fora do quarto, para apagar as velas do bolo e cantar parabéns.

          Acordei no meio da noite. As cortinas se movimentavam suavemente na brisa que entrava pela janela. Mas eu não me lembro de ter deixado a janela aberta! Levantei e olhei para fora. As árvores do Horto se balançavam. Subi no caixilho da janela e me sentei, olhando. A brisa era morna e perfumada. 
          De repente senti uma ânsia muito grande, um aperto muito grande lá dentro – maior do que a dor de não poder respirar, maior do que o medo da morte. Inclinei o corpo para a frente, para fora da janela. Mas não caí. Deslizei lentamente até a calçada, meus pés descalços sentindo o frio do cimento.
          As ruas estavam silenciosas. Caminhei até o Horto, com aquele aperto estranho, com lágrimas quase estourando para sair. Fui seguindo pelos caminhos e me sentei em uma enorme pedra, debaixo de uma árvore. Fiquei ali muito tempo, sem pensar em nada definido. Apenas ouvindo o silêncio e o vento nas copas altas das árvores. Aos poucos aquela dor lá dentro se tornou tão grande que eu queria gritar, mas gritar para quê?
            Acordei tarde, tossindo. Minha mãe não me deixou sair, e queria saber por que eu havia dormido com um pijama úmido. Eu me voltei para a parede e não respondi.
            Estranho. Daquela vez, a dor no peito não me deu medo. Aquela dor que senti lá sozinho no Horto, sentado naquela pedra, parecia muito maior.
            Depois daquela noite, nunca mais senti medo de morrer. Eu sabia agora que havia coisas maiores e muito piores do que a morte – e dores maiores do que a de não poder respirar. Mais ou menos como a dor de não conseguir entender.
            Por muito tempo não encontrei mais a menina. Minhas crises de bronquite asmática ainda eram violentas, mas aprendi a conviver com elas. Quando as coisas ficavam realmente ruins, saía de mim e ficava me olhando de fora, lutando para respirar. Você é um fracóide. É duro viver dentro de você.
 
NA ESCOLA sempre tive boas notas, porque gostava de ler. Mas os professores me pareciam estúpidos, com tanto palavreado inútil. Por que simplesmente não nos davam os livros e deixavam que a gente estudasse em paz? Para me distrair, eu me divertia examinando seus traços, o formato de suas mãos, a maneira como se moviam. Tudo aquilo me contava coisas sobre eles, como se estivessem me contando segredos.
            Eu sempre chegava atrasado, porque andava devagar, olhando as coisas e as pessoas no caminho. Um dia a diretora mandou me chamar. Ela estava bem zangada, e começou a me dar um longo sermão sobre ser pontual, movendo as mãos e franzindo as sobrancelhas.

          Dona Carolina, você é muito sozinha. Você está sempre irritada porque sente muita falta de pessoas ao seu redor, mas você fica com medo delas. Você devia parar de sentir medo.
          “O que você quer dizer com isso, menino?”
         Eu não sabia que tinha falado em voz alta. Fiquei muito envergonhado e baixei a cabeça.

          Antes eu também tinha medo. Tinha medo de morrer, porque estava sempre tão doente. Daí eu descobri que tem coisas piores do que morrer. Agora eu gosto de olhar as flores no caminho da escola, de desenhar figuras de cavalos com asas e coisas assim. Por isso parei de ter medo.
          Levantei a cabeça e olhei para ela. Ela estava chorando.
          Eu não quis fazer você chorar. Não quis chegar atrasado. Mas as coisas ficam chamando por mim e eu paro para olhar. Minha mãe vai ficar muito zangada.
          “Sua mãe não vai ficar zangada, Marcos. Ela não vai ficar sabendo de nada. Volte para a sala de aula. Mas antes me prometa uma coisa.”

          O quê?
          Ela estava me abraçando e passando a mão bem de leve na minha cabeça.
          “Não cresça, Marcos. Não pare de se deter no caminho da escola para olhar as flores.”
         Não entendi nada, mas ela cumpriu a promessa e nunca contou para minha mãe. E também não cheguei mais atrasado na escola. Não queria fazer Dona Carolina chorar outra vez.
 
NAS FÉRIAS, minha mãe sempre me levava para o litoral paulista, na esperança de que o ar marinho curasse minha asma. O sol me incomodava os olhos e fazia minha pele arder. Mas o mar me fascinava.
            Quando as ondas se recolhiam, deixavam para trás uma porção de bichinhos que cavavam bem rápido na areia molhada para se esconder. Quando a onda voltava, cobria os buracos pequeninos que eles haviam feito.
            Às vezes eu pensava como seria bom poder cavar um buraco assim, e desaparecer do sol debaixo da areia úmida e fria. Como deve ser dentro de uma tumba?
            Se algum dia eu perdesse o fôlego por muito tempo, talvez eles pensassem que morri, e me enterrassem vivo. Eu acordaria no escuro silencioso e sairia da tumba. A menos que pregassem a tampa do caixão. Daí seria difícil sair.
 
MEU IRMÃOZINHO nasceu durante as férias daquele ano. Ele era forte e saudável e chorava muito. Uma vez, quando ele estava dormindo, fiquei observando sua respiração suave e tranquila. Ele não fazia nenhum ruído ao respirar.
 
          Ele acordou chorando e minha mãe pensou que eu havia feito alguma coisa. Mas não fiz. Só estava observando o seu rostinho tão pequeno e sua respiração tão perfeita.
            Saí e fui para o Horto, e me deitei na minha pedra. Fechei os olhos e imaginei que era meu irmãozinho, deitado pacificamente, sem aquele barulho dentro do peito.
            Quando cheguei em casa, eles haviam levado Alexandre para o hospital. Ele estava muito mal. Não quero que meu irmãozinho morra!
            Naquela noite chorei até dormir. Fazia muito tempo que a menina não vinha me visitar, e eu até já havia me esquecido dela.
            Ela estava muito diferente, vestindo jeans e camiseta, com o cabelo preso atrás com um elástico.

          O que você quer? Vá embora!
          “Você me chamou, Marcos.”
          Eu não chamei você. Só quero que Alexandre não morra.
          “Ele não vai. Vem, vamos para o Horto.”
            Ficamos sentados na minha pedra, falando sobre um livro que eu estava lendo. O livro era sobre um mágico chamado Houdini, que podia escapar de qualquer coisa. Mas uma vez eles o trancaram dentro de um cofre e o colocaram embaixo d’água. Ele não conseguiu escapar e morreu. Mas durante muitos anos ele conseguiu escapar.
         Talvez alguém como você vinha e abria os cadeados e portas pra ele!

          “Talvez.”
          Você pode fazer meu irmãozinho ficar melhor?
          “Marcos, você pode.”
          Como?
          “É só querer...”
         Eu queria, mas não sabia como. Estendi os braços, com as mãos bem abertas. Havia uma luz violeta nos meus dedos. Como um raio. A luz saiu de mim em direção à noite.
            Minha mãe me acordou tarde no outro dia. Ela disse que Alexandre estava bem melhor. Pensei em Houdini. Talvez, um dia, eu pudesse ser como ele.
            Depois disto não fiquei mais ao lado da cama de meu irmãozinho, vendo-o respirar.
 
QUANDO AS aulas recomeçaram, havia uma nova menina na classe. Ela tinha cabelos compridos e ondulados e a pele muito branca, e olhos azuis muito claros, como a água do lago em um dia de sol. Quando ela sorriu, eu senti algo estranho, quase como aquela dor da falta de ar. Mas não era falta de ar.
            A professora nos colocou juntos no mesmo banco. Eu queria falar com ela, mas não conseguia pensar em nada para dizer. Ela se chamava Marina.

          Quando chegou a hora do recreio, Marina se levantou de repente e ouvi um barulho como que de algo rasgando. Ela se voltou para mim e começou a gritar.
          O que aconteceu?
          “Ele rasgou o meu vestido! De propósito! Ele rasgou o meu vestido!”
          Eu havia sentado na barra do vestido dela sem querer. Marina estava chorando e gritando. Dona Marta, a professora, veio correndo.
          “Não chore, querida, vamos arrumar seu vestido!”
          Ela se voltou para mim. Não me perguntou nada. Apenas se voltou para mim e apontou para a porta.
          “Vá para a secretaria!”
         Minha mãe veio me pegar e me levou para casa. Ela acreditou em mim, mas não adiantou de nada. Fui suspenso por dois dias por ter rasgado o vestido da menina e por ter mordido a mão da atendente da diretoria.

          Eu não fiz nada pra ela! É mentira! Odeio vocês!
            Passei a noite toda com o inalador grudado no rosto, meu peito roncando. Mas ela era tão linda! Como um anjo...

          Quando retornei à escola, Marina ajeitou as saias e se sentou bem longe de mim.
          Por que você fez aquilo? Você sabe que não era verdade!
          “Azar seu...”
          Ela riu. Tão linda...
        Caminhei de volta para casa bem devagarzinho. Estava ventando, e as folhas dançavam no cimento da calçada. As folhas que caem das árvores são bonitas – as folhas mortas.

          Parei no Horto e sentei na minha pedra. Desenhei um cavalo com grandes asas escuras. Ele tinha cascos enormes, e estava pisoteando uma coisa feita de sangue e ossos. Escrevi meu nome no peito dele: Marcos.
 
FOI MUITO duro estudar naquele semestre. Eu estava no terceiro ano, e era o menor da minha classe. Não conseguia jogar futebol nem vôlei, e os outros meninos me irritavam. Comecei a passar a maior parte do recreio e dos intervalos na biblioteca da escola. No fim do semestre, havia lido todos os livros infantis e estava começando a ler os outros. Era bom estar fora do sol e do vento.
         Havia uma história de um menino sem cabelo que encontrou um mundo aquático no qual todos os meninos eram carecas. O livro se chamava “A Terra dos Meninos Pelados”, de um homem chamado Graciliano Ramos. Pois o menino da história ficava na beira do riacho e de repente estava naquela terra. Daí, um dia, algumas pessoas fizeram uma porção de maldades para ele, e ele resolveu ir morar dentro do rio. Ele se atirou na água e nunca mais voltou. Mas este fim eu inventei.
        Gostaria de encontrar um lugar onde houvesse outros iguais a mim. Mas como seria outra pessoa igual a mim? Eu não sei como é que sou...
           
NAQUELE SEMESTRE haviam colocado uma nova professora de Religião na escola. Ela era uma freira muito jovem chamada Elaine. Usava o cabelo cortado bem reto, na altura das orelhas, e roupas estranhas. Não era nem um pouco bonita. Ela nos ensinava histórias da Bíblia e do catecismo.
         Irmã Elaine, por que os anjos são ruins?

          Irmã Elaine parou com o giz na mão, o braço levantado.
          “O que você quer dizer com isso, Marcos? Os anjos são nossos protetores. Deus criou os anjos para cuidarem de nós. Eles são bons e puros.”
         Mas eu li o livro todo. Eles sempre terminam destruindo alguma coisa ou matando alguém. E daí, no fim do livro, tem um monte deles que destroem toda a Terra porque D´us disse que ela era ímpia. O que quer dizer ímpia?
        “Ímpia é uma pessoa muito má, Marcos.”

          Então os anjos são ímpios?
          “Marcos, pare de perturbar a classe! Os anjos são perfeitos e nos protegem. Eles são bons. Maus são os demônios, Marcos. Os anjos caídos.”
          Mas Irmã Elaine... os anjos são cruéis, sim...  lindos e cruéis. Eles destroem tudo e não gostam de ninguém. Não é isto o que ser ímpio significa? Mas fiquei quieto. Ela não ia me responder, e eu estava aprendendo a não fazer mais perguntas em classe.
 
MARINA MORREU no fim do semestre. Ela fazia aula de equitação e seu cavalo se assustou com alguma coisa. Marina caiu e os cascos do cavalo caíram em cima dela. A classe inteira chorou. Durante a aula de Religião, Irmã Elaine explicou como Marina estava agora no céu com os anjos.

          Fiquei sentado na minha cadeira, pensando nas folhas de outono dançando no cimento da calçada. Mais tarde, sentado na minha pedra do Horto, desenhei as folhas de outono esvoaçando ao vento, ao redor de um anjo com grandes asas escuras, segurando uma espada.
 
 
 


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Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 02/06/2007
Alterado em 25/05/2017
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