Dalva Agne Lynch
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Textos
Versão em português abaixo do original
 
 
Ranting Blues
 
 
Don´t say anything! I don´t want to hear it.
But that´s not true  – I want to hear it.
So say it and I promise I won´t balk
But I´m in no position to promise anything.
I don´t want reason or words of wisdom
Or platitudes that say nothing to fill the void
Or lessen the cold. Just be there or somewhere
Or in no place at all besides inside my mind.
But there´s a hole inside my mind.
The thoughts seep through until I´m left
With only its dregs and they drag me
Beside myself. An onlooker to myself.
Oh darling, darling, what have I done?
And that´s not mine, it´s a piece of a song
And it haunts me. I wish I was an angel
Or a fallen one, anything but this bloody mess
That I am. And now I´m cursing, see?
Say something, darn it! Anything. Maybe just
“Let´s go out and have a cup of coffee.”
We´d smile and then I´d browbeat you to a pulp
And you´d balk until you´d be red in the face.
Why? Because you aren´t good enough or because
I´m not good enough? Who knows? Maybe both.
I´m a coward with every right to be.
I´ve created you and I can´t get away from it.
That´s the misery of being an Artist.
That´s the despair of sharing Creation
With the Creator. So let´s say I´ve created you
There or somewhere or in no place at all
Besides inside my mind. So you´re not real.
You´re only my words in ranting blues
In a cold winter night.
 
 
Português:
 
 
Blues delirantes
 
 
Não diga nada! Não quero ouvir.
Mas isso não é verdade – eu quero ouvir.
Então diga, e prometo não reclamar.
Mas não tenho condições de prometer nada.
Não quero razão, ou palavras de sabedoria
Ou banalidades que não dizem nada
Para encher o vazio ou amenizar o frio.
Apenas esteja aí, ou lá, ou em lugar algum
Além do interior da minha mente.
Mas há um buraco na minha mente.
Os pensamentos se me escorrem por ele
E fico apenas com os restos, e eles me arrastam
Para fora de mim. Uma espectadora de mim.
Ah, meu amor, meu amor, o que foi que eu fiz?
Mas isso não é meu, é um pedaço de uma música
Que me assola. Queria ser um anjo
Ou um anjo caído, qualquer coisa que não fosse
Essa praga que sou. E agora estou praguejando.
Diga algo, pô! Qualquer coisa. Talvez apenas
“Vamos sair e tomar um café juntos.”
Trocaríamos um sorriso, e daí eu baixaria o pau
Em você, e você reclamaria até ficar vermelho.
Por quê? Porque você não é bom o suficiente
Ou porque eu não sou? Quem sabe? Talvez Ambos. Sou covarde, com todo o direito a ser.
Criei você e agora não consigo me livrar.
Esta é a miséria de se ser Artista.
Este é o desespero de se compartilhar Criação
Com o Criador. Então digamos que criei você
Aí, ou lá, ou em lugar algum além do interior
Da minha mente. Quer dizer, você não é real.
Você é apenas palavras minhas
Em blues delirantes, numa fria noite
De inverno.

 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 09/06/2016
Alterado em 11/06/2016
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