Dalva Agne Lynch
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English version after the one in Portuguese



Amor na melhor idade 9 – Amor na era do medo
 
 
 
Naquele domingo, ela despertou com algo incomodando-lhe os pensamentos. Havia tido uma discussão (mais uma!) com a linda namorada daquele a quem queria esquecer, e isso a fez pensar em uma entrada que escrevera no seu blog, a algum tempo atrás:
 
“Medo sempre existiu. Medo de guerras, de pobreza, de fome, de abandono. As causas são inumeráveis. Então, se é assim, por que estou tentando falar em termos de 'a era do medo'?
 
Estou falando sobre isso porque sempre houve limites atrás dos quais as pessoas podiam se sentir razoavelmente seguras. Limites colocados por Leis, por crenças, por costumes milenares. Agora, mais uma vez na História do mundo, esses limites estão se extinguindo.
 
Não estou falando em Política ou Economia. Deixo isso com quem se especializa no assunto. Estou falando do que entendo. Sentimentos e espiritualidade.
 
É ridículo dizer que a mulher está no mesmo nível de segurança emocional e física que um homem. Ela não está, e que me perdoem as feministas. E vamos deixar de lado a pedofilia, porque não estou falando sobre segurança infantil.
 
Ora, homem não engravida depois de ser estuprado, se é que se pode falar em estupro masculino. Homem não sofre assédio sexual, a menos que não esteja interessado na mulher. É só aí que ele alega assédio sexual.

Homem não amamenta. E, salvo em poucas e honrosas exceções, homem não cria os filhos, e, se cria, suas prioridades ficam em brincar com eles e lhes transmitir conhecimento. Conhecimento, veja bem. Não entendimento.
 
Outra vez, não me venham com as exceções, porque eu conheço diversas, e posso lhes afirmar com certeza que todos esses homens são exceções porque suas mães, estavam lá para lhes ensinar entendimento.
 
Então, estamos na era do medo. A mulher precisou se levantar e abandonar seu papel daquela que nutre o espírito dos filhos, para ser também a que protege e alimenta.

E onde estão os homens? Além de estarem discutindo Política e Economia, estão buscando prazeres na Internet, nos bares, nas ruas e nas praias. E não me diga que sempre foi assim, porque não é verdade. Em outras eras, o homem ainda provia sustento para mulher e filhos, mesmo quando estava à caça de prazeres.
 
Não mais. E então o consenso geral é de que a culpa foi da mulher, que quis se emancipar.
 
Não vejo assim. A mulher precisou se emancipar. Em cada época do mundo, ela precisou ir à luta, enquanto seus homens estavam na guerra, e depois, quando eles retornaram, quebrantados demais para retomar seu papel como homens. Não vou até os primórdios do mundo – veja apenas o que aconteceu com a Grécia, com Roma, com a Europa e suas batalhas por fronteiras, e depois com o mundo inteiro depois da Segunda Guerra Mundial.
 
À medida que o homem renunciou ao seu papel de homem, a mulher precisou se levantar e preencher o vácuo. E qual o resultado disso? Uma sociedade emasculada. Uma sociedade que está nas mãos das mulheres. Mulheres que precisam engolir sua solidão e sua necessidade de amparo, ou sucumbir sob o peso das responsabilidades. Aquelas responsabilidades que elas deveriam, por todas as leis naturais, dividir com os homens.
 
E onde estão os homens? Discutindo Política, Economia e Religião em grandes Assembleias mundiais ou em pequenas mesas de bar. Ou no Facebook, WhatsApp e Twitter. Às vezes dando uma pensão irrisória para os filhos, mas sob protesto. E, é claro, reclamando que precisam de mais liberdade. Ou gabando-se de serem livres. Outra vez, há exceções – mas não estou falando das exceções, que são poucas.
 
Alguém já disse que, caso os governos estivessem em mãos femininas, não haveria guerras. E por que seria isto? Porque a mulher não tem tempo. Ela está ocupada demais com os filhos, o trabalho, a preservação do corpo e da mente, a inveja das amigas. E por que preservar o corpo e a mente? Para preservar sua autoestima, e para atrair um homem, a fim de inutilmente saciar sua solidão. Sim, há mulheres que são piores que os homens ao chegar ao poder, mas elas são as exceções.
 
Estou preocupada por receber tantas confidências femininas, porque não tenho respostas para lhes dar. E estou cansada de homens emocionalmente relapsos, que abandonaram os filhos ao deus-dará por se cansarem de suas companheiras, e foram buscar amores sem compromissos. Estou cansada de uma sociedade de homens emasculados, que julgam seu mérito por quanto seus órgãos sexuais funcionam, ou por quanto suas opiniões são ouvidas nas redes sociais.
 
O pior de tudo é que, com a Internet, a mulher se aperfeiçoou na arte da mentira e da sedução. Tenho aconselhado uma quantidade enorme de meninas e mulheres a não exporem seus corpos na Internet, porque isso atrai apenas os caçadores de prazeres. A não fazer tanto photoshop em suas fotos, porque, ao conhecer a pessoa ao vivo, os assim-chamados candidatos a relacionamento se desencantam com a realidade.
 
O que nos leva aos “amores via Internet”. Já falei sobre isso, então nem vou me dar ao trabalho de citar os seus perigos emocionais. 
Apenas menciono que a quantidade de homens buscando por sexo virtual é inacreditável. Se você não sabe o que é sexo virtual, procure no Google.
 
Eu me perguntava o que há de errado com esses homens que preferem sexo virtual ao contato pessoal com uma mulher, então comecei a estudar o assunto, e penso ter encontrado a resposta.


Sim, você acertou: é medo. Já que os homens abandonaram a escala de valores masculinos de produtividade, apoio espiritual, sucesso profissional e capacidade de prover, o que lhes sobrou foi a maestria sexual – da qual eles estão profundamente inseguros.
 
Algumas pessoas com quem converso me contam histórias de seus encontros via Internet. Quando, em raros casos, elas se encontram pessoalmente com seus parceiros, a decepção é enorme. “Ele terminou sendo um babaca” é o consenso geral feminino. ‘Ela não era tão bonita e sensual como nas fotos’, dizem os homens. Já aconteceu de um sujeito marcar encontro com uma mulher, e, ao vê-la, nem disse nada. Voltou as costas e foi embora. Mais tarde ele tentou se desculpar, dizendo: ‘Você me mentiu. Eu pensei que você era mais jovem e mais bonita! Suas fotos eram todas photoshop!’

 
Hombridade em seu grau mais elevado...
 
Enquanto isso, o relacionamento íntimo (se é que se pode dizer isso!) pela Internet está crescendo a proporções monumentais. Sem compromisso, sem perigo de gravidez, sem perigo de se expor como incapaz de atingir o nível de perfeição que a mídia nos impõe como sendo o ideal, esse tipo de relacionamento virou moda. Os homens postam fotos de seus músculos e seus rostos másculos, as mulheres postam fotos de seus decotes monumentais, suas pernas e traseiros, e seus rostos cuidadosamente “photoshopados”. E a que tudo isto leva? A nada. A uma vida ilusória, sem responsabilidades, sim, mas também sem satisfação.
 
E estes pobres homens e mulheres caminham pelas ruas, pelas praças, pelos campos e praias – sozinhos, desiludidos, vazios. Eles trocaram o real pelo virtual. Trocaram a vida pelo seu simulacro.
 

E este é o amor na era do medo.”
 
 
English version:
 
 
Love at the best age 9 – Love in the age of fear
 
 
 
That Sunday she awoke with something bothering her thoughts. She´d had an exchange of words (another one!) with the beautiful girlfriend of the one she wanted to forget, and that made her think of an entry she had written on her blog a little while ago:
 
"Fear always existed. Fear of wars, of poverty, hunger, abandonment. The causes for fear are countless. If it is so, why am I trying to speak in terms of ‘the age of fear’?
 
I'm speaking of it because there were always boundaries behind which people could feel reasonably safe. Boundaries placed by Laws, by beliefs, by millenary customs. Now, once again in the history of the world, those boundaries are becoming extinct.
 
I'm not speaking of Politics or Economy. I leave those to their experts. I speak of what I understand. Feelings and Spirituality.
 
It´s ridiculous to say that women are on the same level of emotional and physical safety as men. She isn´t and the feminists please forgive me. And let's not mention pedophilia because I'm not talking about child safety.

 
Well, a man doesn´t get pregnant after being raped, if there is such a thing as male rape. After all, a man doesn´t complain of sexual harassment unless he isn´t interested in the woman. That´s the only instance he alleges sexual harassment.
 
Men don´t breastfeed a baby. And save for a few and honorable exceptions, men don´t raise the kids, and if they do, their priorities are on playing with them and imparting knowledge to them. Knowledge, not understanding.
 
Again, I´m not talking about exceptions because I know several of them and I can tell you with all assurance that those men were exceptions because their mothers were there to teach them understanding.
 
So we are in the age of fear. Women had to stand up and leave their roles as the one who nourishes the children´s spirit so as to be also the one who protects and feeds them.
 
And where are the men? Besides of discussing Politics and Economy, they are looking for pleasures on the Internet, in bars, on the streets, on the beaches. And don´t you tell me it was always so because it wasn´t. In other ages, men still provided sustenance for wife and children, even when they were hunting for pleasures.
 
But not anymore. Now the general consensus is that it´s all the women´s fault, because they decided to be emancipated.
 
Well, I don´t see it like that. Women had to be emancipated. At every stage of History, she had to get up and fight while their men were in a war, and then when they returned, too broken to resume their roles as men. I´ll not mention the beginnings of History, but just take a look at what happened to Greece, Rome and Europe and their battles for territory. And then what happened to the entire world after World War II.
   

As man renounced his role as a man, the woman had to rise and fill the void. And what was the outcome? An emasculated society. A society left in women´s hands. Women who needed to swallow their loneliness and their need for emotional support, or succumb under the burden of too many responsibilities. Those responsibilities that they should, by all natural laws, share with men.
 
And where are the men in the meantime? They´re discussing Politics, Economy and Religion in great and powerful World Assemblies or in small and unimportant friendship tables in bars. Or writing on Facebook, WhatsApp and Twitter. Sometimes giving a derisory pension to the children, but under protest. And of course always complaining about how they need more freedom, or bragging about being free. Again, there are exceptions – but I'm not talking about exceptions, because they´re few. 

Someone already said that if governments were to be in the hands of women there´d be no wars. And why would that be? Because women don´t have the time. They´re too busy with children, work, the preservation of body and mind, the envy of her girlfriends.
 
And why the preservation of body and mind? Because they want to preserve their self-esteem, and attract a man so as to uselessly try to lessen their loneliness and their burdens. Yes, some women are even worse than men as they come to power but they are the exceptions.
 
I worried about receiving so many female confidences about this, because I have no answers to give them. And I'm tired of emotionally relapsed men, who have thrown their children to the wind because they were tired of their mates and wanted love without responsibilities. I´m tired of a world of emasculated men, who judge their merit by their sexual prowess, or of how much their oppinions are heard on the Social Networks.

 
Worst of all, with the advent of the Internet women have perfected the art of lying and seducing. I´ve counseled countless girls and women not to expose their bodies on the Social Networks, because this´ll only attract pleasure-hunters. I´ve told them not to do so much photoshop on their pictures because, as the so-called relationship candidates get to know them in the flesh, theyll be disappointed with reality.
 
Which brings us to ‘love via Internet ". I've talked about this before so I´ll not even bother to mention all its emotional dangers. Let´s just say that the amount of men looking for virtual sex is unbelievable. If you do not know what virtual sex is, google it.
  

I´ve wondered what´s wrong with these men who choose virtual sex over personal contact with a woman, so I began to research about it, and I think I have the answer.
 
Yes, you got it: it's fear. As men abandoned the scale of masculine values of productivity, spiritual support, professional success and ability to provide, all they had left was sexual prowess, and they are deeply insecure of it.
 

People I talk to tell me about their expericences with online dating. They tell me they rarely ever meet personally their partners, but when they do the disappointment is intense. ‘He ended up being an ass’ is the general female consensus. 'She wasn´t as pretty and sexy as her pictures’, say the men.
 
In one instance, the guy had a date with a woman and didn´t say a word as they got face to face. He just turned around and left. Later he lamely tried to apologize: "You lied to me. I thought you were younger and prettier! Your pictures were all photoshop'! 
 
Manhood at its finest.
 
Meanwhile, the number of intimate (if you can say that) Internet relationships is growing to monumental proportions. With no responsibilities, no danger of pregnancy, no danger of exposing oneself as incapable of reaching the level of perfection required by the media, this type of relationship has become fashionable. Men post pictures of their muscles and their faces, women post pictures of their phenomenal necklines, their legs, butts and their carefully 'photoshopped' faces.
 
And what does all of that lead to? To nothing. It leads just to an illusory life, without responsibilities, yes, but also without satisfaction.
 
And those poor men and women wander aimeless ly on the streets, the parks, the beaches – alone, disillusioned, empty. They traded real for virtual. They exchanged life for its simulacrum.
 
And that is love in the age of fear.”
 

 
Capítulos de "Amor na melhor idade":

1 - O Início - The Beginning
http://www.dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5796098

2 - Transformação - Transformation
http://www.dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5828297

3 - A Rival - The Rival 
http://www.dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5832665

4 - Vergonha - Shame
http://www.dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5853797

5 - À Beira da Piscina - By the pool
http://www.dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5854619

6 - O Campo de San Nazario - The Camp of San Nazario
http://www.dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5885000  

7- Amor ou ridículo? - Love or Ridicule?

http://dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5888217

8 - Solidão - Loneliness

http://dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5892472
 
  9. Amor na era do medo
http://dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5896710

  
10. Despedidas 

http://dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5911689
 
11. Desfecho
http://dalvalynch.net/visualizar.php?idt=5959256
 
 

 




 
 
 
 
 
 

 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 29/01/2017
Alterado em 03/04/2017
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