Entre a Lei da Vontade e a Lei da Criação
- ou, onde vamos parar? -
Não gosto do que fazem com o mundo. O pouco que posso fazer para remediar as maldades é sempre pouco demais, e no fim parece que quem termina sendo the bad guy sou eu. Cansei. Não quero mais me importar, e tentar resgatar quem parece estar PEDINDO para ser enganado/a, explorado/a, usado/a, mas não adianta. A compaixão se levanta, e tenho pena.
Nos meus estudos e vivências com Magicka, a máxima que mais me chocou foi esta: "Que a piedade seja deixada de lado. Maldito o que sente pena!" (Liber Al vel Legis).
E por que essa máxima me impressionou? Porque ela parece ser tão desumana, tão cruel - até que você leia o resto, e perceba que ela se refere a sentir pena dos tolos, os que escolhem voluntariamente ser tolos e cegos, partícipes de um mundo em colisão, e ainda se vangloriam disto. Não está se referindo à verdadeira piedade, ou seja, ter piedade de quem merece, de quem precisa de socorro porque não pode ajudar a si mesmo. Contudo, a linha divisória entre as duas é tênue demais, e são poucos os que conseguem percebê-la. Então é melhor pecar pelo positivo do que pelo negativo.
Eu fui estudar Kabbalah porque me sentia incapaz de lutar contra os maquiavélicos poderes Místicos que haviam sequestrado meus filhos. Através disso, descobri a Qabala inglesa, e fiz um estudo comparativo entre as duas. Querendo saber mais, fui estudar com a Golden Dawn e com a Astrum Argentum. E isso foi apenas um passo para chegar à nórdica Fraternitas Saturni - e foi aí que parei em horror. Ela se parecia demais à Ordem de Thule da SS de Hitler. Tudo farinha do mesmo saco, como meus futuros estudos me revelariam.
E por que estou dizendo tudo isto? Porque o conceito de "amor sem compaixão" é o que o mundo oferece hoje, disfarçado atrás de muitas máscaras de racionalismo. As pessoas podem não ter estudado nem uma fração do que estudei, mas elas professam os conceitos das Ordens nórdicas Saturnianas de superioridade racial e intelectual ad perfectum.
E como isso ocorreu? Ora, aquelas obscuras e assim-chamadas secretas Ordens Magickas se infiltraram no pensamento ocidental através da Arte: da música, da literatura, da pintura. Vide a obra de Raul Seixas no Brasil, o queridinho de Marcello Ramos Motta (que trouxe a Lei de Thélema - "Vontade" em grego - para o Brasil). Ele fez mais para implantar o Liber Al na consciência jovem brasileira da década de 60 do que qualquer político com intenções de guiar (para a destruição) o país; "Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei". E foi aí que o "cuide de si mesmo e use quem está em seu caminho para sua vantagem", antes praticado mas considerado como algo sujo pela intelectualidade, começou a ser abraçado com entusiasmo.
Enquanto isto, o Islamismo crescia no Oriente Médio, utilizando as máximas do Sufismo: jihad, morte aos infiéis, atirem os judeus ao mar. Em algum ponto do século XX, as duas correntes se uniram na mente da Inteligentsia global, e deu origem à Esquerda festiva. Nem vou entrar em Marx e Hegel, por favor, ou me estendo ainda mais.
Tudo isso para dizer que, ao retornar à vida em 2007, encontrei o mundo inteiro mergulhado naqueles conceitos barbáricos da Qabala e das Ordens Teutônicas, Saturnianas, das quais eu correra. Quer dizer, tire proveito do que pode, porque não há lei maior que sua vontade.
Contudo, a segunda maior máxima da Magicka é: todo homem e toda mulher é uma estrela. E o que isto deveria dizer? Deveria significar que nenhuma estrela pode entrar em colisão com outra, porque ambas se destruiriam mutuamente. A sua "vontade" termina onde a órbita de outrem começa (frase surrada), e é aí que está o verdadeiro conceito de "vontade": a Vontade Superior do Criador do Universo, que nos deu as Leis da Criação, as leis naturais.
As estrelas obedecem às Leis da Criação. E é por isto, e somente por isto, que todos os preceitos do Islã, da Esquerda festiva, de Marx e sua cambada, são inteiramente falsos, e estão destinados a se aniquilarem. Ao destruir o outro para ter mais, ser mais, o destruidor destrói a si mesmo. Nenhuma estrela pode colidir com outra, sem que ambas eventualmente se destruam mutuamente. Esta é a Lei de Hashem, superior a quaisquer leis humanas.
E o que está no meio de tudo isso? Nós, as pessoas comuns. Tentando sobreviver em um mundo totalmente possuído por ideias MÍSTICAS de superioridade e merecimento, e que jamais confessariam que não passam disto: ideias MAGICKAS – Islamismo, Socialismo, Racionalismo, Nazismo. Antissemitismo. Tudo o que surgiu no século XIX e XX, utilizando os conceitos milenares da Magicka Nórdica e Sufi, e vestindo-as de "respeitabilidade".
O amor sem compaixão e sem consciência é hoje a regra. E se você ainda tem qualquer resquício de Espírito aí bem no fundo de si mesmo, você sabe que, aparentemente, só tem duas escolhas: ser parte dos que pisam, ou dos que são pisados.
E é aí que você precisa se levantar contra os conceitos, e se tornar um rebelde. E levar porrada tanto dos que estão em cima, quanto daqueles que estão sendo enganados, e a quem você quer esclarecer, ajudar, proteger. Dom Quixote de la Mancha contra moinhos reais.
Então estou cansada. Gostaria de deixar a luta para os Daniel Kryggiers desta vida, que fazem piada da desgraça porque também eles se sentem impotente perante tantos horrores.
Mas tudo bem. O que me dá uma boa noite de sono é saber que as Leis da Criação de Hashem são maiores do que as ínfimas leis governamentais ou magicka dos homens, e que eles vão, com certeza, se destruir mutuamente. Provavelmente não no pouco tempo que me resta, mas por seguro nas décadas que virão.
E quem sobrar do choque dessa colisão homérica será como Israel ao descer de dilapidados barcos em um Mandato Britânico inclemente e vazio. Desacreditados, destituídos - mas capazes de levantar riquezas sem precedentes, reconstruindo uma civilização inteira em 69 anos.
E daí a escolha é totalmente individual: você vai cair com os poderosos, ou sobreviver com os inocentes?
Pois é.
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 11/05/2017
Alterado em 26/11/2018