Ata Makshiv li
₢Dalva Agne Lynch
Tu me escutas, Amado meu
Quando Te falo. Estás atento
Às entrelinhas, as reticências
Aos parênteses e hifens e vírgulas.
Tu não Te importas, Amado meu
Se misturo as ideias, esqueço coisas
Repito-me e sou prolixa.
E Tu me escutas, Amado meu
Porque o que Te é importante
Não são as palavras proferidas
Ou como são elas proferidas
Mas sim o coração que as profere.
E não julgas, Amado meu
Por lisonjas ou favores
Por aparências de santidade
Por silêncios cheios de criticismo.
O que Te importa, Amado meu
É cada agradecimento
Cada aprendizado
Cada tentativa, mesmo se errada
Até que haja um acerto.
Como foi com Moshe no deserto
Tu me pedes que levante o cajado
Da Tua Torah Emet
E estenda a mão para as águas
Das turbulências e eventualidades
Dos vagalhões da indiferença
Sob o calor ardente das críticas.
E Tu me escutas, Amado meu
Quando Te falo.